quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O Humanismo e o Comportamento Europeu


Vivemos num mundo que oferece uma demanda de filosofias que buscam cada vez mais a satisfação do ser humano e seu bem-estar. O mundo está em completo processo de transição, aonde o imediatismo vem ganhando cada vez mais adeptos e com essa imersão de valores, cada vez mais se cria um abismo maior entre Deus e o homem, no qual o Humanismo é um dos grandes responsáveis.

O Humanismo teve seu auge no Renascimento, um movimento que surgiu na Europa, para ser mais exato na Itália, no qual pregava que o homem era o centro de todas as coisas que existem no universo. Nessa linha, os usos da razão, do método científico e da filosofia que procuram evidências de fatos, abrem caminho no lugar da fé, que tentam encontrar respostas para as soluções e questões mais complexas e importantes relativas aos seres humanos.

Outro dia conversando com uma senhora de 81 anos, aqui na Suíça, ela me contou no desenrolar da conversa que era muito afortunada por ter tudo que sempre desejou, eu a respondi dizendo que:
- Realmente Deus é muito bom conosco.
Ela prontamente me disse de uma forma enérgica que:
- Deus não tem nada haver com minha felicidade e que ele não tem colaborado em nada para esse estado.
E completou:
- Tudo que conquistei foi graças a mim mesma fruto do meu esforço e do meu dinheiro.
 Com essa história nós conseguimos entender um pouco desse egocentrismo, que circula a Europa.

Outro caso interessante foi o que aconteceu na igreja que faço parte, realizamos nossos cultos em uma associação que abrange vários eventos semanais de diversas culturas e etnias, estávamos para realizar um culto evangelístico com um pastor convidado e colocamos um cartaz no quadro de eventos da associação que dá acesso a todos, dois dias depois fomos chamados à atenção por que nos dizeres no cartaz aparecia a palavra “Culto”, o diretor da associação alegou que a palavra “Culto” não poderia aparecer no convite e por isso, quase fomos expulsos. O Humanismo quer que mascaremos até nossa convicção de que Jesus é o nosso salvador, isso me faz lembrar dos mártires que morreram pela causa do evangelho e amor a Cristo, sem retrocederem.

A igreja na Europa está corrompida pelos traços Humanistas, pelo Ecumenismo e pelo Materialismo, são poucas as igrejas que ainda subsistem em lutar contra essas filosofias que impregnam a mente daqueles que relutam em conhecer a Deus, por isso Paulo declara: Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” 2 Coríntios 4:4

Em pensar que a Europa foi o berço da reforma e de grandes reformadores como Lutero, Úlrico Zwinglio, Guilherme Farel, João Calvino e John  Knox, homens que se empenharam em elucidar a palavra de Deus ao povo e novamente trazer a luz do evangelho, e apesar da grande chama que se levantou na Europa nesses dias por esse movimento, hoje séculos mais tarde a humanidade volta em um estado de quase total esquecimento de Deus.

Hoje a igreja do nosso Cristo continua seguindo em frente marchando firme apesar de toda luta e dificuldade vamos caminhando na esperança de que se Deus começou a boa obra, ele será fiel para concluí-la. 

Por Apolônio Alves

domingo, 16 de setembro de 2012

Escolhidos do Senhor!


O Senhor fez o homem perfeito, santo, à Sua imagem, amou profundamente e proporcionou todos os meios possíveis para que a sua estadia no Éden fosse a melhor possível; no entanto, Adão e Eva não souberam retribuir o amor sublime do Criador, deixou-se corromper. O pecado entrou e destruiu a comunhão natural entre Deus e o homem. Davi afirma: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sl 51:5) esta é a situação da humanidade.

Mas, o Senhor não desiste! Ele não desistiu do homem! Ele amou primeiro!
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor.” Ef 1.3,4
Nós os escolhidos do Senhor para amá-Lo e alegrá-Lo com a nossa vida, devemos depositar toda a esperança e confiança no Senhor Jesus, no qual temos os pecados purificados (“Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos”. Rm 4.7), vivemos para Ele por Ele. O Todo Poderoso afirma: “Sim, bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR!” (Sl 144.15), você meu irmão, é um bem-aventurado!

Conhecer e servir a Deus requer de nós uma vida responsável e comprometida com a Sua obra. São obrigações que enche o nosso coração de gozo ao desempenhá-las.

As perseguições sempre existirão, afinal, estamos lutando contra um inimigo eterno, cujo desejo é ver-nos derrotados. Mesmo com a liberdade de culto, direito constitucional, ainda somos afligidos por alguns, devido a nossa fé e esperança eterna. O Senhor Jesus alertou-nos dizendo:  “Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem.” (Lc 6.22). As afrontas não são motivos para deixar-nos abater, sim, motivos para glorificarmos a Deus pela oportunidade de sofrermos em Seu nome. Nos sabemos em quem temos crido!  “Aleluia! Feliz aquele que teme a Deus, o SENHOR, que tem prazer em obedecer aos seus mandamentos!” (Sl 112.1).

A força dos escolhidos está no Senhor, nEle reside todas as nossas expectativas de vida (“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados.” Sl 84.5); e são felizes, pois o desejo maior e satisfazer a vontade de Deus (“Felizes as pessoas que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus, pois ele as deixará completamente satisfeitas.” Mt 6.5). Todo este mover maravilhoso desperta no coração o desejo de estarmos juntos, em união com os irmãos (“Como são felizes aqueles que tu escolhes, aqueles que trazes para viverem no teu Templo! Nós ficaremos contentes com as coisas boas da tua casa, com as bênçãos do teu santo Templo...  Felizes são os que moram na tua casa, sempre cantando louvores a ti!” Sl 65.4; 84.4). É a união promovida pelo  sangue de Cristo, ela quebra as barreiras, sejam elas sociais ou raciais, ajuntando-nos num só feixe!

Os escolhidos são homens que sabem esperar no Senhor, não se deixam tomar pelas preocupações e ansiedades desta vida (“Felizes são aqueles que põem a sua esperança nele!” Is 30.18), e mesmo quando os horizontes se mostram negros, sem esperança, sabem alegrar-se no Senhor, pois confia em Seu amparo (“Meus irmãos, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições.” Tg 1.2). Mesmo em meio aos problemas, não pecam contra o Pai (“Feliz é aquele que nas aflições continua fiel! Porque, depois de sair aprovado dessas aflições, receberá como prêmio a vida que Deus promete aos que o amam.” Tg 1.12). Vigiam e esperam no Eterno (“Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes.” Lc 12.37). A perseverança contempla-nos com a vitória.

São irrepreensíveis no viver, exemplos no lar, homens dignos no desempenho de sua funções, sejam, profissionais, estudantis e sociais, que honram seus compromissos, que falam unicamente a verdade e permitem que Cristo seja visualizado em suas vidas (“Felizes são os que não podem ser acusados de nada, que vivem de acordo com a lei de Deus, o SENHOR!” Sl 119.1). Os atos demonstram um coração puro e sensível ao Espírito de Deus (“Felizes as pessoas que têm o coração puro, pois elas verão a Deus.” Mt 5.8), aptos a serem exemplo de santidade ao próximo (“Felizes são aqueles que vivem uma vida correta, aqueles que sempre fazem o que é certo!” Sl 106.3). A humildade e a bondade são testemunhadas por todos (“Felizes as pessoas humildes, pois receberão o que Deus tem prometido... Felizes as pessoas que têm misericórdia dos outros, pois Deus terá misericórdia delas.” Mt 5.5,7). E o nome do Todo Poderoso é honrado.

Estas são as qualidades que devemos cultivar em nossa vida, afinal, somos homens chamados para a santidade; frutos do grande amor de Deus que se revelou no sacrifício de Cristo Jesus, que amou primeiro!

Fonte: Vivos

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A inerrância da Bíblia



“E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12).
A Bíblia, em sua essência, é a Palavra de Deus; não contém erros de qualquer natureza, graças à sua plena inspiração, sob supervisão do Espírito Santo. Essa é uma declaração irrefutável. Não pode ser posta em dúvida. Os descrentes querem, a todo o custo, apontar erros nos textos bíblicos. No entanto, como se trata de um Livro de natureza espiritual, inspirado por Deus, não pode conter erros, em seu conteúdo. Pode haver falhas nas traduções, nas interpretações ou na sua apresentação gramatical, visto que, tendo sido escrita em linguagem antiga, no hebraico e no grego, além de expressões breves no aramaico, é possível observar-se algumas falhas em termos de grafia ou de tradução. 
Porém, as possíveis falhas, ou dificuldades de tradução, ou de interpretação, jamais podem ser consideradas como indicativas de erro na mensagem bíblica. Menos de 1% dos “erros” encontrados nos manuscritos, são falhas na transmissão da mensagem, e não afetam a integridade da Palavra de Deus. Deus disse a Jeremias: “Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12b). Nos primórdios da reunião dos livros da Bíblia, houve um processo meticuloso, em termos de seleção das fontes originais, ou dos autógrafos, que deram origem aos textos da Bíblia. Assim, podemos afirmar com toda a segurança que, quando em conformidade com os manuscritos originais, a Bíblia não tem erros em seus textos.
De maneira especial, Deus transmitiu sua vontade aos homens. E o fez através da mensagem escrita, para que ninguém pudesse alegar possíveis falhas, que poderiam ocorrer na transmissão oral, ao longo dos séculos. E, nesse processo de transmissão escrita, de modo inspirado, a Bíblia merece toda confiabilidade e reconhecimento de sua veracidade. Ela é inerrante, ou seja, não contém erros em seu conteúdo, em suas mensagens, em seus propósitos.
Certo escritor, em sua vaidade, resolveu ler a Bíblia, com o objetivo de mostrar que ela estaria eivada de erros e contradições. Seria para ele o ápice de sua sabedoria humana. No entanto, após folhear e ler a Bíblia, acabou verificando que, em vez de descobrir os erros em suas páginas, estas sim, abriram-se qual espelho da alma e mostraram seus erros e pecados. As palavras escritas, mesmo na Bíblia, podem sofrer alguma alteração lingüística, a ponto de apresentar possíveis distorções ou discrepâncias. Mas a Bíblia, enquanto Palavra de Deus, como “espírito e vida” (Jo 6.63), não contém qualquer erro ou falha.
Em lugar de conter erros em sua mensagem fundamental, da parte de Deus para o homem, a Bíblia se constitui num código de fé, ética e prática, indispensáveis ao ordenamento da vida humana, tanto em termos espirituais, pessoais, como sociais, familiares, profissionais, de conduta, e em todos os aspectos. Diz o salmista: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105).
I – REQUISITO INDISPENSÁVEL DA INERRÂNCIA BÍBLICA
1. CONCEITUAÇÃO
Inerrância é a qualidade de quem é inerrante, ou que não comete erros. “Que não pode errar; infalível”. As mensagens dos homens, em toda a História, têm sido criticadas, e até desprezadas, por se constatarem falhas ou erros em seu conteúdo. Tais mensagens não podem reivindicar inerrância. Até mesmo as ciências, fundamentadas em dados e informações, obtidas a partir de pesquisas, e evidências empíricas, têm suas falhas ou erros. Mas a Palavra de Deus, consubstanciada na Bíblia Sagrada, não pode conter erros, ou seja, ela é inerrante. 
2. INERRÂNCIA E INFALIBILIDADE
O conceito de inerrância bíblica está associado ao conceito de infalibilidade. A Bíblia não contém erros. Como é a Palavra de Deus, Ela é infalível. Diz Pedro: “Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1.24b,25a). O verbo permanecer, no texto, tem o sentido de não se abalar, não mudar, não sofrer alteração. A Bíblia não é como a falsa teoria da evolução. Esta fundamenta-se nas premissas falsas e equivocadas, do naturalista Darwin. 
No livro “Origem das Espécies”, do materialista Charles Darwin, como vimos em capítulo anterior, há expressões de dúvida, a ponto de o seu autor dizer “se a minha teoria estiver certa [...]; talvez; pode ter havido [...]” São expressões que revelam dúvida, incerteza, no domínio das hipóteses, que são aceitas, infelizmente, sem questionamento sério. Na Bíblia, no entanto, não encontramos qualquer expressão de dúvida, incerteza, ou insegurança, por parte do seu autor ¾ Deus. O Livro Sagrado já começa com a expressão “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
A infalibilidade da Bíblia decorre do fato de ser um livro de origem divina, pela inspiração e revelação do Espírito Santo; e por ser um livro cuja mensagem, em termos de história, profecia, e escatologia, têm a supervisão divina. Diz a Palavra: “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12). A Bíblia é infalível porque é Deus quem garante sua veracidade e cumprimento. Deus vela por Ela. Ainda que, por permissão do próprio Deus, há tantos adversários da Bíblia, o Senhor vela para que a mensagem bíblica se cumpra de modo cabal e perfeito. Deus, Soberano do universo, tem o pleno controle dos fatos e dos homens, de tal forma que, queiram ou não, os acontecimentos confirmam as afirmações e previsões, constantes da Bíblia. A inerrância é condição indispensável para que a Bíblia seja infalível.
Para o homem herege, ateu, materialista, tais razões não fazem sentido. E isso é natural. A Bíblia acentua a incapacidade de o homem natural não absorver a mensagem de Deus. Diz Paulo: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14). Para o homem espiritual, no entanto, a Bíblia é objeto do seu amor e reflexão. “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97)
II – RAZÕES DE SUA INERRÂNCIA 
1. SUA AUTORIA DIVINA
Não se pode avaliar a quantidade de livros, revistas, jornais, artigos e matérias, escritos pelo homem, ao longo da História, desde que surgiu a imprensa, no Século XVI. Milhões de autores e escritores têm expressado seus pensamentos. Diz a Bíblia: “E, de mais disso, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne” (Ec 12.12). Mas os autores humanos são sempre falhos. 
Porém, o autor espiritual da Bíblia, que é Deus, jamais falhou. Diz a Palavra: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?” (Nm 23.19) No meio dos milhões de textos, escritos pelo homem, há verdades e mentiras; há mistificações, enganos, equívocos e até distorções propositais da verdade, pela manipulação dos fatos e das idéias. No entanto, Deus, o Autor da Bíblia, não mente. Nem se arrepende. Quando encontramos na Bíblia, textos que dão a idéia de que Deus se arrependeu (Gn 6.7; 1 Sm 15.35; Am 7.3), devemos entender que Deus muda de planos, em função de atos ou ações errôneas do próprio homem, e não de sua parte. Deus não fez nem faz nada errado.
 Quando Ele diz, faz; quando Ele fala, confirma. Quando Ele faz, ninguém, a não ser com sua permissão, pode mudar o que Ele determinou. Ele é “o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7). O autor da Bíblia não muda: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17).
A autoria divina da Bíblia, para o cristão verdadeiro, garante sua inerrância e infalibilidade. É objeto de sua fé. Às vezes, essa fé atinge feição radical. Lembro-me de, quando estava lecionando na universidade, fui abordado por um professor e advogado muito conhecido na cátedra e na comunidade. Ele era ateu positivista, adepto das idéias de Augusto Comte; materialista e admirador de Darwin. E me disse: “Professor, eu não entendo vocês, os crentes. Há evangélicos que são tão extremistas, que uma senhora, de sua igreja, que trabalha em minha casa, fez uma afirmação absurda, que nos faz até rir. Eu lhe indaguei se ela cria, realmente, que a baleia havia engolido Jonas. Ela respondeu que sim. Mas eu lhe expliquei que a garganta da baleia é tão estreita que não permite passar um homem. Só podem passar por ela pequenos peixes. Ela parou, me escutou, e respondeu: ¾ ‘Professor, se a Bíblia disser que Jonas engoliu a baleia, ainda assim eu creio nela!’” Na sua simplicidade, aquela humilde serva de Deus procedeu de acordo com a Bíblia, que diz: “Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus olhos” (Pv 26.5).
Mas o cristão consciente e fiel aos ensinos da Bíblia, pode e deve argumentar com toda a segurança sua convicção na inerrância e infalibilidade do Livro Sagrado. Diz Paulo que devemos oferecer a Deus o “culto racional” (Rm 12.1), ou seja, uma crença e uma adoração que tem razão de ser; que tem muitas razões de ser, na verdade. Devemos crer, como Lutero: “Quando as Escrituras falam, Deus fala”. É um postulado da fé. Ou a Bíblia é inerrante ou Deus não existe. Pois toda a sua mensagem, do primeiro ao último livro, parte do princípio sagrado da existência do Ser Supremo que criou todas as coisas, a vida, e os seres vivos, incluindo o homem, e resolveu transmitir ao ser criado a sua vontade soberana, através da mensagem escrita, em livros que, durante 1600 anos, foram reunidos na Bíblia. Com fé inabalável (Sl 125.1), cremos que Deus existe e fala conosco, os crentes, e para os homens, através da Bíblia Sagrada.
2. OS ESCRITORES HUMANOS — “HOMENS SANTOS DE DEUS” 
A mensagem bíblica tem origem em Deus, o Autor divino. Mas com exceção do Decálogo, escrito pelo próprio dedo de Deus nas tábuas de pedra e entregues a Moisés (Êx 31.18), os demais textos, reunidos em livros no Antigo e no Novo Testamentos, foram escritos por homens. Sendo assim, dizem os críticos da Bíblia: “Os homens escreveram de sua própria mente, e cometeram muitos erros”. 
Porém, de acordo com a Bíblia, os escritores dos Livros Sagrados não escreveram de sua própria cabeça, o que bem entendessem. Se assim o fosse, não teriam registrados certos fatos, muitas vezes comprometedores e constrangedores para eles. Qual seria o escritor, ou autor, que escreveria que um irmão estuprou a irmã; ou que um rei, que era tão querido por Deus, adulterou com uma Senhora, e mandou matar seu marido? Um autor humano poderia, sem qualquer problema, omitir tais fatos. No entanto, a Bíblia registra fatos como esses, como foi o caso de Amnon, filho de Davi, que cometeu o crime de estupro contra sua irmã, Tamar; e Davi, homem de Deus, num momento de falta de oração e vigilância, deixou-se levar pelos sentidos, e adulterou com Bate-Seba, esposa do general Urias (ver 2 Sm 11.3-5; 13.1-14). Na verdade, muitos dos que cometeram atos vergonhosos não escreveram nada. Outros, usados por Deus, relataram e escreveram os livros que contém tais fatos.
Os homens que escreveram os livros da Bíblia, considerados autores humanos, na verdade, a rigor, nem poderiam ser chamados de autores, mas sim de escritores sagrados. Moisés, Josué, Samuel, Davi, Neemias, Esdras, Jó, Salomão, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, no Antigo Testamento, foram homens, que escreveram sob a inspiração e/ou revelação da parte de Deus, iluminados pelo Espírito Santo. Eles escreveram mensagens inspiradas para o povo de Israel, para muitas nações, e para sua época, bem como para tempos escatológicos. 
De igual forma, os escritores-autores dos livros do Novo Testamento, como Mateus, Marcos, Lucas, João, Paulo, o desconhecido autor aos Hebreus, Tiago, Pedro e Judas, também tiveram a gloriosa experiência de receber de Deus a mensagem divina para a humanidade. Eles não erraram na transmissão da mensagem.
Diz a Bíblia: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21). O cristão verdadeiro crê que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus. E pode ser confortado com a afirmação bíblica de que os escritores-autores, dos Livros Sagrados, não produziram textos com objetivos comerciais de venda de livros ou de artigos como acontece hoje em todo o mundo. Não. Eles escreveram os textos, quando ainda não havia a imprensa. Os livros, escritos em pergaminhos ou papiros, eram escritos de forma artesanal, à mão. Muitas vezes à luz de lampiões, ou velas. Eram os manuscritos que se tornaram peças de valor inimaginável, ao receber a pena com tinta, transcrevendo a mensagem inspirada por Deus.
Podem os críticos argumentar que as muitas cópias dos manuscritos contém muitos erros ou discrepâncias, e, por isso, a inerrância da Bíblia estaria prejudicada. Mas “A inerrância é atribuída apenas aos manuscritos originaisdos vários livros da Bíblia; não é asseverada a respeito de qualquer cópia específica daqueles livros que sobreviveram até nosso tempo” (grifo nosso). 
Kenneth S. Kantszer afirmou: 
É possível sustentar que Deus poderia ter impedido os autores da Bíblia de cometer erros, tirando-lhes a liberdade e a condição de seres humanos; entretanto, os evangélicos jamais afirmaram tal coisa. Antes, a Bíblia é produto totalmente humano, e totalmente divino. Como produto divino, a Bíblia detém autoridade absoluta sobre a mente e o coração dos crentes. Como produto humano, mostra em si mesma todas as características essenciais da composição humana. Sem dúvida, Deus poderia ter-nos dado uma Bíblia escrita na perfeita linguagem do céu; nesse caso, porém, quem a poderia entender? Deus preferiu comunicar-nos sua vontade mediante o canal imperfeito da linguagem humana, com todas as suas possibilidades de má compreensão e má interpretação.
III – OS MANUSCRITOS BÍBLICOS
O termo “manuscritos” vem do latim, de manus (mão) e scriptus (escrita), ou seja, documento, texto, ou livro, escrito à mão. Antes de haver a imprensa, todos os documentos eram manuscritos. Houve textos, ou livros, escritos à mão em argila, em tabletes, em couro, em metal e em outros materiais. Os manuscritos bíblicos foram escritos em pergaminho ou em papiro. A princípio, os textos foram reunidos em rolos, de difícil manuseio. Depois, foram trabalhados em códices, escritos em “folhas” de casca de árvore, recobertas de cera, utilizando-se estiletes. Por volta do século IV d.C., os códices substituíram os rolos; o papiro foi substituído pelo pergaminho, feito de pele de animais; e, pelo século XII, o papel substituiu o pergaminho.
1. OS AUTÓGRAFOS – MANUSCRITOS ORIGINAIS 
Os manuscritos originais dos textos bíblicos não existem mais. Por razões não compreendidas, os primeiros pergaminhos ou papiros que compuseram os primeiros rolos, em que constavam os livros do Antigo Testamento, não foram preservados. Os estudiosos argumentam que se eles tivessem continuado a existir, talvez fossem objeto de idolatria. É provável. Mas sem sombra de dúvida, os manuscritos originais ou os autógrafos, existiram.
E foram eles que deram origem aos manuscritos mais antigos, que chegaram às mãos dos homens que selecionaram os livros da Bíblia, até formarem o cânon sagrado. É importante salientar que a infalibilidade, ou a inerrância da Bíblia, é reivindicada para os manuscritos originais. Se há cópias, é porque houve originais. E estes, tendo sido inspirados por Deus, jamais poderiam conter erros. Cremos que o Espírito Santo atuou na mente dos copistas honestos, de tal forma que não cometessem erros no que tange ao conteúdo espiritual dos textos bíblicos.
2. OS MANUSCRITOS MAIS ANTIGOS
De forma resumida, indicamos alguns dos manuscritos (MSS) mais antigos do Antigo Testamento, escritos em hebraico. 
1)      Códice dos primeiros e últimos profetas. Data de 895 d.C., escrito por Moses Ben Asher. Inclui os livros de Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; Isaías, Jeremias, Ezequiel, e os Doze.
2)      Códice do Pentateuco. Foi escrito em 916 d.C. Dele, constam apenas os “últimos profetas”. Escrito por Arão, filho de Moses Ben Asher, e está arquivado no Museu Britânico, sob o número 4445.
3)      Códice Aleppo. “Contém todo o texto do Antigo Testamento. Copiado por Shelomo Ben Bayaa. Está em Israel, na Universidade hebraica.
4)      Rolos do Mar Morto. Foram descobertos em 1947, nas cavernas de Qumran, por um beduíno. É, sem dúvida, o mais importante achado arqueológico sobre os manuscritos do Antigo Testamento. O MS de Isaías, em hebraico, encontrado na caverna nº 01, tem 95% de concordância com o texto da Bíblia hebraica, como conhecemos. Os 5% de erros, encontrados, não afetam o conteúdo fundamental dos livros da Bíblia”.
Existem muitos manuscritos, do Antigo Testamento, e do Novo Testamento, escritos em grego, tais como:
1)      O Códice Vaticano “B”. Data do ano 325 d.C. Nele, o Antigo Testamento é cópia da versão grega da Septuaginta. 
2)      O Código Sinaítico ou Álefe. Encontra-se arquivado no Museu Britânico. Data de 340 d.C. Foi encontrado no Mosteiro de Santa Catarina, junto ao Monte Sinai. O Governo inglês o adquiriu dos russos, em 1933, por 510.000 dólares.
3)      O Códice Alexandrino. Encontra-se no Museu Britânico. Data de 425 d.C. Foi escrito em Alexandria, no Egito. 
4)      O Códice Efráemi ou “C”. Encontra-se no Museu de Louvre, na França. Data de 345.d.C.
Há uma enorme quantidade de manuscritos antigos, que podem ser conhecidos em livros de Bibliologia.
IV – FALHAS NA TRANSMISSÃO ESCRITA DA BÍBLIA 
1. AS FALHAS NAS CÓPIAS DOS MANUSCRITOS
Os textos bíblicos que conhecemos hoje foram escritos, a princípio, nos manuscritos que eram “rolos ou livros, da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos”. Segundo estudiosos, há, no mundo, 4000 manuscritos da Bíblia, escritos entre os séculos II e XV.
De acordo com Gilberto não há nenhum manuscrito original, “saído das mãos dos escritores”. Os manuscritos, feitos de papiro ou pergaminho, estragaram-se e foram enterrados, como costumavam fazer os judeus, com material que envelhecia. Reis e imperadores, idólatras e inimigos de Deus, faziam questão de destruir tudo o que contivesse a mensagem sagrada. Antíoco Epifânio (175-164 a.C.) não só destruiu Jerusalém, mas deu fim a todas as cópias das Sagradas Escrituras. Certamente, Deus permitiu essa destruição dos autógrafos para que não se tornassem objetos de veneração ou adoração, como ocorreu com relíquias sagradas.
Houve os manuscritos em hebraico, do Antigo Testamento. O mais conhecido é o rolo de Isaías, encontrado em Qumran, próximo ao Mar Morto, em 1947, juntamente com diversos outros manuscritos. O rolo de Isaías confirma o conteúdo do livro do profeta, como consta em nossas Bíblias. Há manuscritos em grego, tanto do Antigo como do Novo Testamento. 
2. OS CUIDADOS NAS CÓPIAS DOS MANUSCRITOS 
Os manuscritos conhecidos não são originais, mas cópias, elaboradas pelos copistas. Neles, foram constatadas várias falhas, ou erros, apesar das rigorosas regras que eram impostas a esses escribas. 
O pergaminho tinha que ser preparado de peles de animais limpos; preparados por judeus, sendo as folhas unidas por fios de peles de animais limpos. A tinta era especialmente preparada. O escriba não poderia escrever uma só palavra de memória. Tinha de pronunciar bem alto cada palavra, antes de escrevê-la. Tinha que limpar a pena com muita reverência antes de escrever o nome de Deus. As letras e as palavras eram contadas. Um erro numa folha inutilizava-a. Três erros numa folha inutilizavam todo o rolo.
Mesmo assim, os estudiosos, principalmente os críticos, registraram diversos erros na transcrição das cópias das cópias, derivadas dos manuscritos originais. A análise dos manuscritos é objeto dos críticos textuais.
Porém, os erros encontrados nas cópias dos manuscritos, e passados para as traduções, ou versões, dos textos bíblicos, chamados de “variantes textuais”, quando analisados à luz do contexto geral da Bíblia, não comprometem o valor da mensagem sagrada, nem se constituem motivos para descrer na inerrância da Bíblia. A troca de uma letra, numa palavra, poderia causar confusão quanto a seu sentido. Há dois tipos de erros: intencionais (o copista procurava adaptar o texto a outro, e até forçar algum tipo de acomodação doutrinária; e não intencionais (omissão de letras, erros de memória, má iluminação do ambiente, e outros).
Alguns dos erros mais comuns, encontrados nas cópias dos manuscritos, são:Haplografia, quando o copista deixava faltar uma letra, em uma palavra;ditografia, quando o escriba, já idoso, pedia a alguém para ajudá-lo, ditando as palavras do manuscrito, e o copista repetia letras ou palavras; este erro podia ser cometido, mesmo sem a ajuda de uma segunda pessoa; metátese, quando, pelo sono, ou cansaço, o copista invertia duas letras ou palavras. Por isso, vêem-se, em traduções diferentes, expressões aparentemente discrepantes. Por exemplo: Em Mateus 19.24, num manuscrito, há a expressão kamelos, que significa corda, cabo que prende o navio, passando pelo fundo de uma agulha, como ilustração para a dificuldade dos que amam as riquezas entrarem no céu; em outro manuscrito, a palavra traduzida ékamêlos, referindo-se ao animal. Qual o erro? Meramente de grafia. Mas não há erro fundamental no texto. Jesus quis mostrar que é muito difícil um rico, avarento, amante das riquezes, ter condições de ser salvo. Só isso.
Quando isso acontece, o leitor cristão, com humildade, entende que há um erro material, na tradução, mas jamais aceitará que se trate de um erro no conteúdo, na substância, na essência, ou na mensagem que a Bíblia quer nos transmitir. Basta comparar com a finalidade do texto, do livro, ou de toda a Bíblia, e verá que o Deus amoroso para com seus filhos jámais deixaria que algo confuso perturbasse sua fé. Diz a Bíblia: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” (1 Co 14.33). 
No Novo Testamento, que é a porção do Livro Sagrado mais atacada pelos críticos da autencidade da Bíblia, foram localizadas, nos manuscritos, mais de 200.000 variantes textuais, ou “erros”. Nessa gama de falhas, há casos de apenas a troca de uma letra (e há milhares de casos assim), e é considerada como erro. No entanto, a análise cuidadosa de cada uma mostrou que, só em 10.000 trechos (2,5%) há falhas consideradas triviais. 
Não basta afirmar que a Bíblia é o livro mais preservado, que sobreviveu desde os tempos antigos, mas lembremos também que asvariantes de certa importância representam menos da metade de 1%de corrupção textual, e que nenhuma dessas variantes influi em alguma doutrina básica do cristianismo11 (grifos meu). 
Quando a alta crítica textual diz que há milhares de variantes, dá a impressão de que a Bíblia é um livro cheio de erros, e não pode ser inerrante. A análise criteriosa, desses erros (“de certa importância”), no entanto, demonstra sem paixão, que eles constituem apenas menos de 0,5% de todo o conjunto da imensa e maravilhosa biblioteca divina, constituída de 66 livros, em mais de mil capitulos e milhares e milhares de letras! Cumpre-se o que Jesus disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
Como existem 5000 manuscritos do Novo Testamento, e cerca de 9000 versões e traduções, pode-se afirmar, com segurança, que o texto bíblico não contém erros fundamentais, que comprometam seu conteúdo. Pesquisadores sérios, como “Westcott e Hort, Ezra Abott, Philip Schaff e A.T. Robertson avaliaram com o máximo cuidado as evidências e chegaram à conclusão de que o texto do Novo Testamento tem pureza superior a 99%”! Essa avaliação apenas confirma o que a Bíblia diz a respeito de si mesma: “Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele” (Pv 30.5).
Essa pureza que permeia os textos da Bíblia é algo extraordinário. Como livro (versão em português), que contém 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, 773.692 palavras e 3.566.480 letras, serem encontrados menos de 0,5% (meio por cento) de falhas significativas é algo que corrobora a inspiração de Deus, quanto ao conteúdo original da transmissão de sua Palavra, ao homem, e o cuidado do Espírito Santo no trato com os que se encarregaram de compilar os textos, os manuscritos, e suas cópias, para formar o cânon bíblico. 
Só o Decálogo não teve erros, porque foi escrito pelo dedo de Deus. A partir de Moisés, outros escritores vieram, mas foram suscetíveis de cometer erros, na transmissão da mensagem, em termos materiais, ou seja, na tradução das palavras ou na forma de escrever.*
* Este texto foi extraído do livro Deus e a Bíblia – obra que acompanha as lições bíblicas do trimestre.

Fonte: CPAD

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O PERDÃO RESTAURADOR DE DEUS


O perdão restaurativo de Deus de pecado é necessário para toda pessoa nascida do Espírito. O sangue do Senhor Jesus Cristo é eficaz para limpar a todos os eleitos de Deus de todo pecado: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:7). O sangue de Cristo não é somente competente para perdoar o pecado de uma pessoa, porém, continuamente a limpa de todo pecado – passado, presente e futuro. Todos os pecados dos crentes foram futuros quando Jesus Cristo morreu na cruz. Ele fez expiação por eles quando Ele se tornou o substituto do pecador, porque Seu sangue tem propriedade limpadora. Sua morte foi objetiva – ela judicialmente tirou o pecado diante do Senhor. Se Seu sangue tivesse sido incompetente para expiar todos os pecados, os crentes não poderiam defender a misericórdia de Deus.

A Palavra de Deus mostra que a justificação e a santificação estão tão unidas que não podem ser separadas. A justificação precede a santificação; isto é, os pecados do crente foram judicialmente expiados na morte de Cristo. A santificação é a obra de Deus no crente para fazer-lhe apresentável diante da presença de Deus. O que Jesus Cristo objetivamente obrou na cruz, o Espírito Santo aplica subjetivamente aos corações dos crentes. Por conseguinte, há uma limpeza inicial e há uma limpeza contínua. O canal de lágrimas do olho é um bom exemplo. Da mesma forma, o sangue de Cristo sempre está continuamente limpando o pecador redimido das impurezas que se intrometem.

O profeta Zacarias ensinou o perdão restaurativo; a defesa de Jesus Cristo é retratada no capítulo 3. A mensagem do Espírito Santo a Josué o sacerdote, que foi um representante a Israel, procedeu desde a limpeza à obediência ao serviço. Jesuá foi um dos sacerdotes entre os do exílio que regressaram a Babilônia com Zorobabel (Esdras 2:36-39). As vestimentas sujas com as quais ele estava vestido significava o estado depreciável de Israel naquele tempo. Israel necessitava do perdão restaurador. Até mesmo o sacerdócio tinha se tornado contaminado e inútil para o serviço santo. O profeta Malaquias descreveu os sacerdotes de Israel como um triste contraste ao sacerdócio original representado por Finéias (Números 25).

Josué esteve diante do Senhor (Zacarias 3:1). Um senso de vergonha é mais agudo quando alguém está na presença de Deus. No crepúsculo do mundo, muita coisa pode passar desapercebida que na luz de Deus deve ser condenada. Tudo está descoberto ao Senhor (Hebreus 4:13). Quando a luz branca da presença de Deus brilha sobre um Cristão, ele clama com Jó: “Ainda que me lave com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão, ainda me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão” (Jó 9:30, 31). Deus é santo; portanto, ninguém pode estar diante dEle e declarar a si mesmo limpo. Quanto mais a pessoa sabe sobre o Senhor, mas ela se repugna e se arrepende. O perdão restaurador de Deus é necessário todos os dias da vida de alguém.

Satanás esteve à destra de Josué para resistir-lhe (Zacarias 3:1). O diabo está ao lado de todo filho de Deus para resistir-lhe e acusar-lhe. Ele procura privá-lo de fazer a vontade de Deus. Então, quando um crente cai, Satanás o acusa diante do Senhor. No entanto, o Senhor Jesus Cristo é o Advogado do Cristão. Ele se senta á destra do Pai e permanece ali para advogar pelo caso do crente; os Cristãos permanecem nEle, que os representa diante do Pai.
O Senhor repreendeu a Satanás e lhe recordou que Ele havia escolhido Israel. Ele lhes escolheu por causa de Seu amor (Cântico dos Cânticos 7:12), e manifestou Seu amor para com eles. Israel foi um "tição tirado do fogo" - uma expressão figurada da punição que Israel enfrentaria no cativeiro Babilônico. Eles tinham desobedecido; o Senhor lhes havia castigado, e então, libertá-do-os. É lógico que Deus não havia livrado o Egito e Israel para destruí-lo.

Todos os crentes foram eleitos em Cristo, antes da fundação do mundo. Há um sentido no qual eles também foram arrebatados do fogo do juízo, quando o Senhor os chamou para dentre as pessoas do mundo (1 Pedro 1:2). Ele também os livra do castigo pelo pecado que cometem depois de serem salvos. Porém, o pecado remove o desfrutar das promessas de Deus. Os cristãos com pecados não confessados não podem desfrutar das promessas ou bênçãos de Deus; até que confessem seu pecado, não são restaurados à comunhão.

Jesus Cristo Se ofereceu uma vez por todas, na consumação dos séculos, para tirar o pecado (Hebreus 9:26). Nenhuma propiciação adicional é necessária para perdoar o crente que tem sido eternamente perdoado. A morte de Cristo na cruz destruiu a penalidade do pecado para os crentes. Cristo, que vive para sempre, destrói o poder do pecado sobre os crentes (Romanos 5:6-10).

Tanto o perdão eterno como o perdão restaurador é ensinado em Romanos 5:10 - "Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida". O perdão eterno deve ser associado à reconciliação. A pessoa que foi eternamente perdoada foi reconciliada com o Pai e salva pela vida de Cristo. O pecador é perdoado na justificação. O santo é perdoado na santificação.

O pecado não pode entrar na presença de Deus. Jesus Cristo o preveniu. Se fosse possível para o pecado de uma pessoa entrar na presença de Deus, essa pessoa seria banida no juízo. O pecado, quando entra na presença do crente, faz-lhe perder a comunhão com o Senhor, e arranca a alegria de sua salvação. O desfrutar das coisas do Senhor é experimentado através do perdão restaurador. O pecado na vida do crente afeta seus pensamentos acerca de Deus e do pecado. Ele começa a ignorar o pecado, e perde a visão da santidade de Deus.

Os cristãos não desejam pecar. Quando eles pecam, eles deveriam evitar o desespero (Gálatas 6:1), pois Jesus Cristo é o seu Advogado. Eles são guardados pelo defesa de Cristo, e eles são guardados em comunhão pela confissão. O fracasso de um cristão em confessar o pecado, impede o testemunho tanto do cristão como da igreja: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Provérbios 28:13). Nada pode impedir a posição de um cristão no Senhor; seu estado, contudo, é imperfeito. Ele deveria orar com sinceridade profunda para que o Senhor perdoe os Seus delitos. Ele necessita refletir sobre sua necessidade contínua da limpeza de todo pecado, pelo sangue de Cristo.

Jesus Cristo limpa o crente de todo pecado. Nenhum dos pecados de um cristão pode entrar na presença de Deus; Jesus Cristo está ali rogando por Seu próprio mérito. Satanás está ao lado do crente. Ele faz seu trabalho na corte da consciência, no tribunal da opinião pública. Contudo, ele também comparece diante do Juiz Divino. O Advogado do crente repreende Satanás, alega a eleição de Deus, e aponto o crente como um troféu da misericórdia divina.

Toda vez que um cristão peca, o sangue de Cristo está ali, para limpá-lo. De modo oposto, os pecados dos incrédulos são creditados em suas contas. Todos os pecados que eles cometem são entesourados para o castigo (Romanos 2:5). Quando os incrédulos comparecerem diante do Senhor, no grande juízo do trono branco, todos aqueles pecados serão revistos e julgados pela ira de Deus.

Fonte:  W. E. Best